terça-feira, 11 de junho de 2019

Os Santos Israelitas


Os Santos Israelitas

Vs. 23-40 – Os santos deste terceiro grupo ilustram a fé que está disposta a suportar a rejeição e a perseguição do mundo porque se apossou de coisas maiores. Esses santos demonstram fé que sofre.

OS PAIS DE MOISÉS (v. 23)

Os pais de Moisés (Anrão e Joquebede) recusaram-se a seguir a massa dos israelitas no Egito que foram ordenados pelo rei a matar seus filhos do sexo masculino no rio (Êx 1:22). A fé deles os levou a se afastarem de seus irmãos nisto e a esconder seu filho de Faraó. Essa fé os levou a ir contra o que era considerado a coisa certa a fazer naquele dia. Entenderam completamente que isso poderia levá-los ao sofrimento e até à morte, mas “não temeram o mandamento do rei” e fizeram o que Deus queria que fizessem. Novamente, os crentes hebreus precisavam seguir esse exemplo de fé e ter a coragem de fazer a vontade de Deus, se separando da massa de seus irmãos judeus que haviam tomado uma posição contra Cristo – mesmo que isso os levasse ao sofrimento.

MOISÉS (vs. 24-28)

A fé de Moisés exibe essa mesma vontade de aceitar o sofrimento por fazer a vontade de Deus. O escritor diz: “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, Escolhendo, antes, ser maltratado [sofrer aflição – JND] com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível”. Como era o caso com os patriarcas no versículo 13, havia uma ordem moral aos exercícios de fé de Moisés que o levou a desistir de sua posição no Egito. A providência o colocou na corte do Faraó, mas a fé o levou para fora.
Tendo uma visão do prêmio da divina “recompensa”, Moisés foi capaz de ter uma correta estimativa dos “tesouros do Egito”, que eram apenas coisas vãs. Isso o levou a participar da sorte do sofrido e aflito povo de Deus. Isso é muito surpreendente; ele desistiu de uma posição significativa no Egito, e “o gozo do pecado” que a acompanhavam, para identificar-se com o povo sofredor de Deus. Escolheu sofrer com eles! O que o levou a fazer isso? “Considerou” (ARA) o opróbrio relacionado com os filhos de Israel ser “maiores riquezas” do que os tesouros do Egito! O escritor ressalta que essa reprovação era do mesmo caráter que “o vitupério de Cristo” que os crentes hebreus estavam enfrentando. F. B. Hole pergunta: “Se a glória do Egito não é para ser comparada ao vitupério de Cristo, como ela ficará em comparação à glória de Cristo?” (Hebrews, pág. 53). O escritor nos diz que Moisés foi capaz de suportar a dificuldade que veio com essa posição de reprovação porque sua fé viu aqu’Ele que é “invisível”, e isso o motivou.
A lição disso para os crentes hebreus era que eles também precisavam manter seus olhos n’Aquele que é “invisível”. Para a pessoa sem fé, isso é absurdo. Ele pergunta: “Como você pode olhar para algo invisível?” Mas a fé vê coisas invisíveis (2 Co 4:18). Mesmo que Cristo tenha voltado para o céu e não seja mais visto fisicamente, manter os olhos de fé n’Ele e no que temos n’Ele, nos dá a perseverança de que precisamos para continuar no caminho. Os crentes hebreus precisavam perceber que o opróbrio de Cristo, que estavam suportando nas mãos de seus irmãos incrédulos, era um privilégio (At 5:41; Fp 1:29). O passo que a fé deles os levou a tomar, identificando-se com Cristo, seria recompensado (premiado) num dia vindouro.

OS FILHOS DE ISRAEL (vs. 29-30)

O escritor, então, aponta para a situação em que os filhos de Israel se encontravam, o que os levou à passagem milagrosa deles pelo Mar Vermelho. Estavam sendo perseguidos pelo faraó e seu exército, e não havia para onde se escapar. Em frente estava o Mar Vermelho e de ambos os lados havia montanhas intransponíveis! Sua situação parecia sem esperança, mas Deus interveio e os libertou abrindo um caminho através do mar, que “intentando os egípcios, se afogaram”.
O encorajamento que esses crentes hebreus deviam tirar disso era que mesmo que a situação deles parecesse completamente impossível, Deus estava lá, e abriria um caminho no meio da perseguição, etc. Precisavam ter a fé que os filhos de Israel tinham e continuar seguindo a direção de Deus. Uma lição que poderiam tirar desse incidente é que Deus sabe como tratar com os perseguidores de Seu povo.
Então, tendo entrado na terra de Canaã, “caíram os muros de Jericó” diante dos filhos de Israel (v. 30). (É digno de nota que a jornada de 40 anos no deserto de Israel é totalmente ignorada.) O escritor nos diz que os muros caíram por conta da fé deles! Mais uma vez, circunstâncias aparentemente impossíveis foram superadas simplesmente confiando em Deus – o  Deus das circunstâncias.

RAABE (v. 31)

O escritor segue para Raabe – uma crente gentia. Ela olhou para frente e viu o julgamento chegando, e com fé abandonou a posição em que estava, identificando-se com a nova coisa que Deus estava fazendo na terra com os filhos de Israel. Raabe é trazida porque sua situação, em princípio, era semelhante à dos hebreus. Como estava acontecendo a ela e a seu povo, o julgamento estava chegando aos judeus nacionalmente. Isto foi devido à sua rejeição de Cristo (Sl 69:22-28; Mt 22:7; Lc 12:58-59; 1 Ts 2:14-16). Uma destruição literal estava prestes a cair sobre a nação pelos exércitos romanos, e esse julgamento não estava muito longe! Na verdade, caiu em 70 d.C., que foi de cerca de 7 curtos anos após a epístola ter sido escrita. Portanto, não havia muito tempo para esses crentes judeus permanecerem em Jerusalém. A coisa mais prudente era fazer o que Raabe fez e abandonar sua posição anterior, sobre a qual estava o julgamento de Deus e se identificar com a companhia Cristã, saindo “fora do arraial” (Hb 13:13).

GIDEÃO, BARAQUE, SANSÃO, JAFTÉ, DAVI, SAMUEL E OS PROFETAS (v. 32)

O escritor então reúne vários outros santos do Velho Testamento e nos diz que faltaria “tempo” para falar deles detalhadamente. Esses homens são conhecidos na Escritura por suas fraquezas e falhas tanto quanto por sua fé. O encorajador a ver aqui é que, embora a fé deles fosse imperfeita, Deus aprovou suas ações em fé e ajudou-os a ter sucesso. Assim, mesmo que nossa fé seja fraca e tenhamos falhado no caminho, Deus ainda aprova se agimos e quando agimos em fé. Então, a questão não é quanta fé nós temos, mas em Quem nossa fé repousa. Ver esses mencionados entre os fiéis santos do Velho Testamento deveria encorajar todos nós.

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