terça-feira, 11 de junho de 2019

O Poder e Perseverança da Fé


O Poder e Perseverança da Fé

Vs. 33-40 – Nos versículos finais do capítulo 11, o escritor refere-se a um número de outros santos anonimamente, talvez para economizar “tempo”. Ele os coloca em dois grupos:
  • Aqueles que foram livrados de suas circunstâncias difíceis pela misericórdia de Deus. Suas histórias ilustram o poder da fé (vs. 33-35a).
  • Aqueles que não foram livrados das circunstâncias adversas que enfrentaram, mas receberam a graça de passar por elas. Suas histórias ilustram a perseverança da fé (vs. 35b-38). 

AQUELES QUE FORAM LIVRADOS POR MISERICÓRDIA

Vs. 33-35a – Quanto ao primeiro grupo de santos, o escritor diz: “os quais, pela fé, venceram reinos” (Josué), “praticaram a justiça” (Ezequias), “alcançaram promessas” (Salomão e Israel – 1 Rs 8:56), “fecharam as bocas dos leões” (Daniel), “apagaram a força do fogo” (Sadraque, Mesaque e Abede-Nego), “escaparam ao fio da espada” (Jeremias), “da fraqueza tiraram força” (Sansão), “na batalha se esforçaram” (os Macabeus – Dn 11:32), “puseram em fuga os exércitos estrangeiros” (exército de Gideão), “mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos” (a pobre mulher de Sarepta e a rica mulher de Suném). Como mencionado, esses exemplos ilustram o poder da fé que trabalha para libertar os santos de Deus de suas provações.

AQUELES QUE NÃO FORAM LIVRADOS, MAS RECEBERAM GRAÇA

Vs. 35b-38 – O escritor então diz: “uns ... Isso nos leva ao segundo grupo de santos que não foram livrados de suas difíceis circunstâncias, mas sua fé fez com que triunfassem em suas provações – ainda mais brilhantes que o primeiro grupo. Deus lhes deu a graça de passar por suas provações triunfalmente, mesmo que isso os levasse à morte (Tg 4:6). Os que encabeçam a lista desses santos dignos são aqueles que “foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição”. Isto é, esses queridos crentes receberam de seus perseguidores oferta de livramento ao custo de se comprometerem com concessões. Se eles se retratassem, seriam livrados. Mas a fé deles não aceitou o livramento nesses termos, e isso os levou à morte. Por mais tenebrosa que possa ter sido para eles aquelas difíceis circunstâncias, seu futuro é certamente brilhante. Eles obterão “uma melhor ressurreição” na vinda do Senhor (o Arrebatamento).
Ele diz: “E outros experimentaram escárnios” (isto é, Neemias – Ne 4:1-3) e “açoites” (os servos dos filhos de Israel – Êx 5:16), “e até cadeias e prisões” (José, Miqueias, Jeremias, etc.), “foram apedrejados” (Zacarias – 2 Cr 24:21), “serrados” (Isaías), “tentados” (isto é, Jó), “mortos com a espada” (Urias – Jeremias 26:23), “perambulavam em peles de ovelhas e de cabra” (Elias), “desamparados, aflitos e maltratados” (profetas no tempo de Elias – 1 Rs 18:4, 19:10). O escritor acrescenta, em seguida, em um parêntese – “dos quais o mundo não era digno”. Isto é certamente verdade. Este grupo de santos ilustra a perseverança da fé. Eles pareciam como perdedores que foram derrotados por seus inimigos, mas realmente suas vidas eram triunfos de fé. O céu tem o registro correto e Deus o declarará no dia de Cristo.
Vs. 39-40 – Em resumo, ele diz: “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa”. Esse “testemunho” era verdadeiro para todos os santos do capítulo. Eles não viveram para ver o reino do Messias de Israel, mas viveram e morreram em fé, e assim todos tiveram a aprovação de Deus. Não perderam nada, pois terão sua parte no lado celestial do reino milenar quando forem ressuscitados (Dn 7:18, 22, 27 – JND; Mt 13:43; Hb 12:22 -24).
Ao usar os pronomes “nós” e “eles”, o escritor distingue a porção de bênçãos que os santos do Velho Testamento tinham daquilo que os Cristãos têm. Ele diz: “Deus providenciou algo melhor para nós, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados”. Isso mostra que Deus tem diferentes porções de bênção para os vários grupos de crentes em Sua grande família. Nem todos são abençoados da mesma forma – alguns têm uma porção celestial e alguns têm uma porção terrena (Ef 3:15). Ao contrário do ensino equivocado dos Teólogos Reformados (Teologia do Pacto), a família de Deus não consiste apenas da Igreja (Cristãos) – que pensam que é composta de todos os crentes desde o início até o fim dos tempos. Existem santos do Velho Testamento que serão ressuscitados com uma porção celestial de bênção (“espíritos dos justos aperfeiçoados”) e então há Cristãos (“a Igreja dos primogênitos”) que também têm uma porção celestial de bênção, mas distintamente diferente e muito superior ao que os santos do Velho Testamento têm (Hb. 12:23). Nosso verso (40) claramente indica essa distinção, chamando nossa porção Cristã de “alguma coisa melhor”. Isto é devido à nossa incomparável conexão com Cristo pela habitação do Espírito Santo, que nos torna Seu corpo e noiva (Ef 5: 30-32; Ap 19:7). Então, haverá também o remanescente redimido de Israel (Ap 7:1-8) e os gentios crentes (Ap 7:9) que povoarão o lado terreno do reino milenar. Esses santos terão uma porção terrena de bênção em conexão com Cristo, o Messias de Israel.
O fato de a companhia Cristã ser chamada de “primogênitos” (que indica preeminência) mostra que a Igreja tem um lugar na grande família de Deus que é superior aos outros (Hb 12:23). Foram escolhidos para uma bênção especial pela graça soberana de Deus, não porque são melhores do que os outros em Sua família, mas porque Deus propôs mostrar “a glória da Sua graça” e “as riquezas da Sua graça” perante o mundo (Ef 1:6-7; 2:7) e eles são simplesmente os troféus de Sua graça.
O versículo 40 também indica que os santos do Velho Testamento serão ressuscitados no mesmo momento que os santos do Novo Testamento que morreram em Cristo forem também ressuscitados. Ele diz: “para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados”. Ser “aperfeiçoado” refere-se ao nosso corpo sendo glorificado. Os santos de Deus ainda não foram aperfeiçoados dessa maneira (Fp 3:12), o que ocorrerá na vinda do Senhor – o Arrebatamento (Fp 3:20-21).

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