terça-feira, 11 de junho de 2019

A Obra de Cristo


A Obra de Cristo

Vs. 11-14 – O escritor, então, concentra-se na obra consumada de Cristo, em primeiro lugar, naquilo que realizou para a glória de Deus e, então, no que realizou para a bênção do crente.
Quanto ao lado de Deus, diz: “E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas Este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre [em perpetuidade – JND] à destra de Deus, daqui em diante esperando até que os Seus inimigos sejam postos por escabelo de Seus pés”. O “único sacrifício” de Cristo satisfez tão completamente as exigências da justiça divina em relação ao pecado que Ele tinha todo o direito de Se assentar à destra de Deus. De fato, depois que a obra foi feita, Deus O convidou para assentar-Se lá – “Assenta-Te à Minha mão direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo dos Teus pés” (Sl 110:1). Isso mostra que as reivindicações da justiça divina foram mais do que satisfeitas; Deus foi glorificado pela obra que Cristo realizou na cruz.
O contraste entre os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes levíticos e o grande sacrifício de Cristo não poderia ser maior. Ao oferecer esses sacrifícios do Velho Testamento, o trabalho do sacerdote nunca era final. Era um trabalho inacabado. Esses sacrifícios tiveram que ser repetidos várias vezes. O fato de não haver cadeira entre os móveis no tabernáculo significa isso. Por isso, o escritor diz: “todo sacerdote aparece [permanece em pé – JND] cada dia, ministrando ... Nos 1.500 anos em que o sistema levítico esteve em vigor e operando, muitos milhares de sacrifícios de animais foram oferecidos – mas nenhum deles, nem todos combinados, poderia “tirar pecados”. Em contraste com isso, depois de oferecer Seu único sacrifício, Cristo assentou-Se em perpetuidade” (JND) à destra de Deus, significando assim que a obra da expiação foi finalmente concluída. Assim, a obra de Cristo na cruz é uma obra “consumada” (Jo 19:30). Os contrastes são abundantes aqui. Aqueles sacerdotes ficavam em pé; este Homem assentou-Se. Eles ofereciam frequentemente; Ele ofereceu uma vez. Seus sacrifícios cobriam pecados por mais um ano; Seu sacrifício tirou os pecados eternamente.
A versão King James (e as em português ARC, ARF e AIBB) diz que Ele Se assentou à direita de Deus “para sempre”, mas isso poderia levar a engano se tomarmos a palavra em seu sentido comum. Isso significaria que Ele nunca mais Se levantaria do trono de Deus. Mas isso é problemático porque a Escritura diz que Ele Se levantará e voltará para nos levar ao céu, e depois, julgará o mundo com retidão. Uma tradução melhor diz “em perpetuidade” (JND). Isso significa que, em conexão com a expiação pelo pecado, Ele está assentado lá ininterruptamente; nunca precisará Se levantar e tratar com o pecado novamente. Sua obra na cruz resolveu a questão do pecado. Assim, a perpetuidade tem um senso de finalização conectado a ela. O Salmo 110:1 é então citado: “daqui em diante esperando até que os Seus inimigos sejam postos por escabelo de Seus pés” – confirmando que Cristo, de fato, um dia Se levantará do trono de Deus para voltar e julgar o mundo.
Quando os céus foram “abertos” para que Estêvão olhasse, ele viu Cristo “em pé à mão direita de Deus” (At 7:56). Isso não contradiz Hebreus 10:12. O Senhor estava em pé naquele momento por um motivo diferente. A oportunidade ainda estava sendo estendida aos judeus para receber a Cristo como seu Messias. Ele ficou lá pronto para retornar à Terra para estabelecer o reino, como declarado nos profetas do Velho Testamento, se eles apenas se arrependessem e se convertessem (At 3:19-20). Aqui em Hebreus 10, o assunto é a obra consumada de Cristo na expiação. Ele está assentado à direita de Deus porque a obra foi concluída. O fato de que aqui Ele está assentado nos diz que a oferta a Israel, de ter o reino naquele tempo, havia sido rescindida.
V. 14 – Tendo falado sobre o que a obra de Cristo fez para a glória de Deus, o escritor fala então do efeito imediato que Sua obra tem sobre o crente. Ele diz: “Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre [em perpetuidade – JND] aos que são santificados”. Os “santificados” são aqueles a quem Deus separou para abençoar, ou seja, os crentes. Eles precisam que sua consciência seja aperfeiçoada se forem permanecer em liberdade na presença de Deus como adoradores. Isso vem por meio do entendimento e de crer na obra consumada de Cristo. É realmente um fato grandioso que enquanto Cristo Se assenta à direita de Deus em “perpetuidade” (v. 12 – JND), o crente é aperfeiçoado em “perpetuidade”! (v. 14). Um é dependente do outro. Uma obra perfeita foi feita por uma Pessoa perfeita para tornar os crentes perfeitos. Este aperfeiçoamento da consciência do crente é algo que aqueles que tinham fé sob o velho concerto não possuíam. [Há outro aspecto de perfeição que os crentes obterão quando o Senhor vier no Arrebatamento (Fp 3:12; Hb 11:40, 12:23) – a glorificação deles – (Rm 8:17, 23, 30; Fp 3:21). Contudo, esse não é o assunto aqui.]

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