terça-feira, 11 de junho de 2019

A PALAVRA DE DEUS (vs. 13-14)


A PALAVRA DE DEUS (vs. 13-14)

A primeira é “a Palavra de Deus”. Ela beneficia toda pessoa que a manuseia com um “coração honesto e bom” (Lc 8:15). Nesta passagem, a Palavra de Deus é mencionada em conexão com a correção, que se levada a sério, será para nossa preservação no caminho do deserto. W. Kelly disse: “A Palavra de Deus é a correção necessária, como vemos aqui” (The Epistle to the Hebrews, pág. 73). O escritor prossegue dando algumas de suas características proeminentes neste sentido:
A Palavra de Deus é “viva”. Isso significa que ela está espiritualmente viva. Quando usada pelo Espírito de Deus, dá vida e luz às almas (Jo 6:63; Sl 19:8, 119:130).
A Palavra de Deus é “eficaz”. Não há nada que possa impedir sua ação; sempre realiza o que Deus pretende fazer ao enviá-la (Is 55:11). Nenhum homem ou diabo é capaz de impedi-la.
A Palavra de Deus é “mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes”. Todos os que a usam descobrirão que ela tem uma dupla aplicação. As questões morais e espirituais que aborda se aplicam aos outros, assim como a nós mesmos; corta em ambas as direções.
A Palavra de Deus “penetra”. Se permitirmos que ela nos sonde (Sl 139:23-24), penetrará na parte mais profunda de nosso ser e dividirá entre o que é alma e o que é espírito em nós. (O escritor fala de “juntas e medulas” no sentido figurado para indicar a parte interior de nosso ser). Ela detecta e expõe, e assim nos torna conscientes de motivos profundamente arraigados em nossos corações que de outra forma não estaríamos conscientes deles. Aprendemos com isso que a “alma e espírito” estão intimamente ligados e difíceis de distinguir. Assim sendo, muitos foram movidos por suas íntimas emoções em algum assunto e imaginam que tenha sido uma coisa espiritual. Por exemplo, podemos estar pensando em dar certo passo na vida que acreditamos ser baseado em motivos espirituais. Mas quando um princípio da Palavra de Deus é trazido para lidar com o assunto, ele traz à luz que tal passo é realmente gerado por motivos naturais e carnais, e não é algo espiritual de forma alguma. Assim, a Palavra de Deus retira toda a pretensa e superficial profissão e expõe tendências ocultas em nossos corações que podemos não saber que existiam.
Por último, a Palavra de Deus “é apta para discernir (julgar) os pensamentos e intenções do coração”. A palavra grega traduzida “discernir” pode ser traduzida como “julgar” como na tradução de W. Kelly. Assim, a Palavra não apenas detecta e expõe os males ocultos em nossos corações – ela condena todo mal que expõe! É a mesma palavra em grego da qual obtemos a palavra “crítico”. Homens, em sua ignorância, ousam criticar a santa e infalível Palavra de Deus, mas na verdade deveriam estar deixando que ela os criticasse. Assim, a Palavra de Deus nos julga; nós não a julgamos!
O escritor prossegue dizendo: “E não há criatura alguma encoberta diante d’Ele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daqu’Ele com Quem temos de tratar” (v. 13). Ele traz isto para mostrar que se permitirmos que a Palavra de Deus nos sonde e nos julgue como deveria, nos dará um senso consciente do que temos de tratar com Deus em relação àquelas coisas que Sua Palavra detectou. Toda pessoa íntegra, portanto, tomará o lado de Deus contra o mal em seu coração e julgará aquilo que é inconsistente com Sua santidade. Males que certamente iriam desviar o crente, se deixados a se desenvolver, são, portanto, “cortados pela raiz”. Consequentemente, somos capazes de evitar muitas das armadilhas que, certamente, nos fariam tropeçar no caminho, se esses males não fossem, assim, expostos e julgados. Este exercício pode ser doloroso e humilhante, mas é o modo de Deus nos preservar. Isso mostra que nosso coração é excessivamente enganoso e não devemos confiar nele (Jr 17:9; Pv 28:26). Este exercício de julgar a nós mesmos nos coloca em um estado correto para nos beneficiarmos da próxima provisão que Deus nos deu nos próximos versículos.

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