Vs. 18-28 – Outra
coisa que o sacrifício de Cristo assegurou é o estabelecimento do fundamento
para a purificação futura do universo dos efeitos do pecado. João Batista se
referiu a isso quando disse: “Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Isso é algo que
ainda está por acontecer.
Quando
o primeiro concerto foi “consagrado [inaugurado – JND]”, tudo conectado com o tabernáculo foi aspergido com sangue.
Moisés aspergiu “o altar” (Êx 24:6),
“o livro” que continha os termos do concerto
(não mencionado em Êx 24), e sobre “todo
o povo”. Ele também aspergiu “o
tabernáculo, e todos os vasos do ministério”. (Essas duas últimas coisas
não existiam na inauguração do primeiro concerto em Êxodo 24; o tabernáculo e
seus vasos ainda não haviam sido feitos. Portanto, isso deveria ter sido feito
algum tempo depois). A aspersão de sangue purificou o tabernáculo em um sentido
cerimonial. O escritor acrescenta: “E
quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão” (v. 22). Assim, cada aspecto de
remissão (perdão) sob o velho concerto só poderia ser feito por meio da vida de
um animal sendo perdida e seu sangue sendo derramado. Ele diz “quase todas as coisas” porque houve
uma exceção. Em Levítico 5:11-13, havia uma permissão feita para um homem pobre
trazer uma oferta de manjares (que não tinha sangue) no lugar de uma oferta
pelo pecado, e seria aceita por ele, e assim o homem seria perdoado. Isso
tipifica uma pessoa sendo abençoada por meio de fé simples, mesmo que não tivesse
um entendimento claro da obra consumada de Cristo, da qual Seu sangue é um
sinal. Isso incluiria crianças e pessoas como Cornélio (antes de conhecer o
apóstolo Pedro – At 10) que têm fé, mas não tiveram o evangelho explicado a
elas.
O
escritor então explica que era necessário que essas “representações figurativas [cópias
– W. Kelly] das coisas nos céus” (Êx
25:40 – JND) fossem “purificadas”
pela aspersão de sangue dos sacrifícios de animais, então também deve todo o
universo (do qual o tabernáculo é uma réplica) ser purificado pelos “sacrifícios melhores” na morte de
Cristo (v. 23). (W. Macdonald afirma que o uso do plural na descrição do único
sacrifício de Cristo é uma figura de linguagem conhecida como “o plural da
majestade”). Essa é uma referência ao aspecto mais amplo da morte de Cristo,
que o escritor já mencionou no capítulo 2:9. Cristo não somente morreu para aniquilar
os pecados de todos os que creem, mas também provou a morte por “todas as coisas”. Isto porque a
presença do pecado e Satanás no universo as contaminaram (Jó 15:15, 25:5) e,
portanto, precisam ser purificadas. Cristo pagou o preço por sua purificação em
Sua morte na cruz, e um dia purificará todos os vestígios do pecado na criação.
Isso não acontecerá até que o Estado Eterno seja alcançado e o último inimigo
(a morte) seja destruído (1 Co 15:26). Assim, enquanto o sangue de touros e
bodes purifica as representações figurativas do santuário celestial, o sangue
de Cristo é o meio pelo qual Ele purificará os lugares celestiais.