domingo, 26 de maio de 2019

Uma Multidão Mista - Cinco Advertências Contra A Apostasia


Uma Multidão Mista
Cinco Advertências Contra A Apostasia


A epístola foi escrita principalmente para o remanescente da nação que acreditou no evangelho e recebeu a Cristo como seu Salvador. No entanto, é evidente a partir dos avisos incluídos na epístola, que parecia haver alguns entre esse grupo que eram crentes meramente professos e de maneira nenhuma eram verdadeiros. Esses podem ter sido atraídos pelas bênçãos externas ligadas ao Cristianismo (os poderosos sinais e milagres, etc.), mas, infelizmente, não tinham fé verdadeira em Cristo. Era, portanto, uma multidão mista.
Os judeus que assumiram a posição Cristã estavam sofrendo perseguição de seus compatriotas descrentes e, sob essa ameaça, estavam ficando desgastados e indecisos no caminho. Alguns foram tentados a desistir e voltar ao judaísmo. Para aqueles que estavam meramente professando crer, retirar-se do Cristianismo seria apostasia. A apostasia é o abandono formal da fé que uma pessoa professou. Isso é algo que somente um crente meramente professo poderia fazer e faria. É uma coisa muito solene, pois uma vez que uma pessoa apostata do Cristianismo, não há esperança de voltar em arrependimento. A escritura diz que recuperar tal pessoa é “impossível” (Hb 6:4-6). Uma vez que havia alguns dentre eles que estavam em perigo de apostatar o escritor apresenta, no decorrer da epístola, cinco advertências distintas contra o afastamento do terreno Cristão e o retorno ao judaísmo (caps. 2:1-4, 3:7-4:11, 5:11-6:20, 10:26-39, 12:16-27). Nessas advertências, ele explica em termos inequívocos a fatalidade de tal passo e encoraja-os a prosseguir no caminho Cristão com fé verdadeira, em vez de ser daqueles “que se retiram para a perdição” (cap. 10:39).
Alguns Cristãos pensam que essas advertências ensinam que um crente pode perder sua salvação se se afastar do Senhor. Eles apontam para passagens semelhantes como: Mt 7:21-23, 12:43-45, 13:5-6, 20-21, 24:13, 25:26-30; Mc 3:28-30; Lc 22:31-32; Jo 15:2-6; Rm 11:22; 1 Co 9:27, 15:2; Hb 6:4-6, 10:26-29, 12:14; 2 Pe 2:1, 20-21 para apoiar seu argumento. No entanto, um olhar mais atento a essas passagens da Escritura mostra que elas não estão falando de verdadeiros crentes no Senhor Jesus Cristo, mas crentes meramente professos que apostataram da fé Cristã. O problema que leva muitos a essa conclusão equivocada é que eles não sabem a diferença entre desvio e apostasia. Ambas as coisas se referem a uma pessoa se afastando de Deus, mas uma (apostasia) é infinitamente pior que a outra. Um verdadeiro crente pode se desviar, vacilar em suas convicções e caminhar distante do Senhor, mas não abandonará a fé e nem rejeitará a Cristo, o que é apostasia.
Pode ser perguntado: “Por que essas advertências relativas à apostasia seriam declaradas nas Escrituras, que são escritas aos crentes, se não têm aplicação para crentes?” A resposta é que os escritores divinamente inspirados do Novo Testamento estavam, em muitas ocasiões, se dirigindo a uma multidão mista de crentes verdadeiros e de crentes meramente professos, como é o caso desta epístola. Assim, suas observações incluíam advertências para qualquer um que estivesse meramente professando fé em Cristo e que estavam circulando entre os verdadeiros crentes. Tais observações tinham a intenção de atingir as consciências dessas pessoas e despertá-las para a necessidade de serem salvas. Eles são, assim, avisados de que, se abandonarem a fé Cristã, na qual professavam crer, estariam perdidos para sempre! A perseverança, portanto, é a melhor e mais segura garantia da genuinidade de alguém (cap. 3:6).

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