O Custo de Deixar o Judaísmo
Tal passo, no entanto,
foi (e ainda é) uma coisa dispendiosa para os Cristãos judeus. Quando alguém
deixava a fé de seus antepassados pelo Senhor Jesus, era considerado um
apóstata (“apostataram de Moisés” At
21:21 – ARA). Era “excomungado” da
congregação (Jo 9:34 – KJV, nota de rodapé) e, posteriormente, perseguido por
seus compatriotas (Hb 10:33-34). Muitas vezes sua família faria um funeral
simulado dele e o deserdaria! Em alguns casos, deixar o judaísmo levaria ao
martírio (At 22:4).
Todo esforço concebível
seria feito para convencer aquele que havia se afastado do judaísmo ao Cristianismo
para renunciar a Cristo e retornar ao judaísmo. Argumentos fortes seriam usados
para persuadir a pessoa de seu, assim chamado, “erro”. Os judeus orgulhosamente
apontariam para a herança que tinham no judaísmo. Eles tinham os escritos de
seus profetas (as Escrituras), o ministério de anjos, grandes líderes como
Moisés e Josué, uma herança na terra de Canaã de onde fluía leite e mel, o
sacerdócio aarônico, o santuário sagrado onde o próprio Deus morava, o concerto
da Lei que moralmente era santa, justa e boa, e o serviço venerado de Deus
realizado por uma elaborada variedade de rituais, sacrifícios e ofertas. Os
judeus incrédulos perguntavam ao desertor: “Por que você iria querer deixar uma
herança tão rica por uma nova religião que não tem nada a mostrar, senão uma
mesa com pão e vinho num cenáculo?” Para o judeu que se apegava firmemente ao
judaísmo, isso não fazia sentido.
Os judeus incrédulos
perguntariam: “O que o Cristianismo tem em comparação com tudo isso que temos
no judaísmo?” Esta epístola oferece ao crente judeu uma resposta definitiva a
essa provocação. O escritor, por inspiração divina, prossegue mostrando uma
coisa venerável após a outra que distingue a religião dos judeus, e a compara
com o que temos no Cristianismo, e em todos os casos, mostra que os Cristãos
têm algo muito superior em Cristo. Ele apresenta:
- A superioridade do Filho aos profetas (cap. 1:1-3).
- A superioridade do Filho aos anjos (caps. 1:4–2:18).
- A superioridade do Filho a Moisés, o mediador (cap. 3:1-19).
- A superioridade do Filho a Josué, o comandante militar (cap. 4:1-16).
- A superioridade do sacerdócio de Cristo ao sacerdócio de Aarão (caps. 5-7).
- A superioridade do Novo Concerto ao Velho Concerto (cap. 8:1-13).
- A superioridade do único sacrifício de Cristo aos sacrifícios no grande dia da expiação (caps. 9–10:18).
- A superioridade do acesso à presença de Deus pelo sangue de Cristo (caps. 8:1-6, 9:8, 10:19-22).
O grande ponto
apresentado na epístola é que Cristo é superior a todas as formas e rituais do
judaísmo. Como o leitor notará, as palavras características ao longo do livro são
“excelente, maior, melhor” (caps.
1:4, 6:9, 7:7, 19, 22, 8:6, 9:23, 10:34, 11:16, 35, 40, 12:24).