Talvez o argumento mais
forte e mais convincente que os judeus colocariam diante de uma pessoa que quisesse
deixar o judaísmo seria o fato de que o próprio Deus o havia ordenado. Ele o
entregou à nação de Israel pelas mãos de Moisés e pela “ordenação dos anjos” (At 7:53). O argumento deles é que, uma vez
que a maior Autoridade do universo designou esse sistema de adoração, nenhuma
pessoa na Terra deveria pensar em alterá-lo. Os judeus incrédulos insistiriam
nesse ponto para aqueles que estavam pensando em deixar o judaísmo, e lhes
diriam que estavam sendo persuadidos a “apostatarem
de Moisés” (At 21:21 – ARA) por pregadores Cristãos que não tinham
autoridade para ensinar tais coisas. Tal passo, eles diriam, era um ato de
desobediência e rebelião, e essencialmente de se afastar do próprio Deus!
Isso, certamente, seria
terrivelmente perturbador para os crentes judeus, cujas consciências haviam
sido formadas pelas demandas desse sistema legal. No entanto, se eles
entendessem que o Deus que deu a Israel a religião do judaísmo era a mesma Pessoa
que agora estava chamando-os para fora dela, responderiam com mais confiança ao
chamado. Assim, os capítulos 1-2 são dedicados a estabelecer o fato de que o
Senhor Jesus Cristo é Deus na pessoa do Filho, e que é Ele Quem está falando a
eles sobre deixar o judaísmo para algo melhor no Cristianismo. Ele é o Orador
divino em toda a epístola.